lunedì 14 luglio 2014

Bengtsson shock: Passando a Bola…


Os jóvens que perseguem esse sonho, lembrem-se: nem tudo o que reluz é ouro, mesmo que se viva dentro dele.

Martin Bengtsson, sueco, nato no ano de 1986, aos 15 anos jogava já em Série A, nos time do seu país. Aos 17 anos, em 2003, assinou um contrato com o Inter italiano e naquele dia, confessou: E’ o momento mais lindo da minha vida.

Nas 5 primeiras partidas, colocou três bolas dentro da rede, mas depois de algumas semanas desapareceu.
Mas onde foi parar uma das grandes promessas ao título de “Fenômeno”? Foram várias justificativas, oficiais ou oficiosas. Uma delas foi a de que, depois de várias contusões, foi necessário rescindir o contrato. Ninguém mais ouviu falar de Martin Bengtsson.

No ano 2007, Martin reemerge do anonimato, com um livro do título emblemático: 
Na sombra de San Siro. Do sonho de se tornar um jogador ao pesadelo, de onde se extrai o fato de que, o principal adversário de Martin, não foram nem as contusões, nem outros times fortes italianos que poderiam enfraquecer os seus dotes, mas de teor totalmente diferente: depressão, álcool e tentativa de suicídio.

A coisa mais impressionante é que, enquanto na Suécia, o livro já está na quarta edição, na Itália, o silêncio é absoluto.
Entrevistado pela revista 
Panorama, Martin contou a sua odisséia: ”quando voltei para Suécia, eu era um jóvem arruinado. Bebia muito e foi minha companheira quem me convenceu a fazer análise e hoje estou melhor.

- O que aconteceu, você estava sendo pressionado? – Perguntou o jornalista.
-Nada” – respondeu – estava habituado a isso. No início eu era feliz, jogava bem, mas os problemas estavam fora do campo.
Um dia, estávamos em retiro e o alenador pegou dois jogadores do nosso time, fumando maconha. Como consequência, todos nós fomos punidos e, daquele momento, comecei a me sentir em uma prisão: regras militares, zero privacidade e a horrível sensação por estar sendo sempre espiado.
Cada um procurava se desabafar e descarregar as tensões como podia. Eu, comecei a experimentar o shopping-dependência. Assim que tirava as chuteiras, meu único desejo era correr às compras e gastar o mais dinheiro possível. Mais gastava, mais me sentia melhor. Porém, a euforia durava só umas duas horas, para depois, cair de novo na depressão.

A maior ameaça pra um jogador, não são os adversários mais fortes a serem afrontados, mas a depressão. Você estar longe de casa, sozinho, sem nada mais a exigir da vida, visto que, apesar da pouca idade, já se pode experimentar do sucesso e de tudo que o dinheiro possa comprar; daí, perder o equilíbrio é muito fácil.
O clima era muito tenso lá dentro, mas ninguém tinha coragem de confessar, mas olhando em cada rosto, não era dificil compreender que eu não era a única vítima daquela síndrome.

- O futebol massacra a vida dos adolescentes?- 
O próprio sistema futebolistico é extenuante, já pelo fato de tratar os jóvens como patrimônio industrial ou merce de troca e venda: se funciona, ok. Se não funciona… está fora. E que venha o próximo! Eu compreendi que não funcionava e pensei ao suicídio.

- Como aconteceu, você poderia contar?
- Era uma terça-feira. Desliguei o celular, limpei meu quarto e coloquei um disco de David Bowie. Peguei uma lâmina e cortei as minhas veias. Ouvia Bowie e olhava meu sangue correndo pelo chão. Aquilo me deixava sereno, uma êxtase de liberação. A senhora que fazia limpeza, me encontrou nesse estado. Depois disso, a única coisa que me lembro dos dias sucessivos, foi o encontro com a psiquiatra do hospital de Niguarda.

Sabe Martin, que qualquer teenager – me dizia ela – daria tudo pra ter a tua vida? 
E eu me lembro de ter respondido: Pois bem, eu acho que mereço uma vida bem melhor. E naquele momento, decidi de parar de jogar. Fechei completamente com o futebol e não olho nem mesmo partidas pela Tv. Para mim, o futebol é um expectro do passado e quero que continue assim.


- E Hoje?- Hoje sou um homem livre e melhor.

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